A Ceci está com um pouco mais de 7 anos e meio que quase nunca adormece sozinha no quarto dela. Acredito que é devido a nós nunca termos enfrentado esse “problema”. Quando me separei, ela não tinha um quarto só dela e dormir junto era duplamente necessário. Dar a ela um lugar para dormir e matar a saudade dos dias em que estava ausente.
Como uma parte do meu trabalho é à noite e, por vezes, chego tarde, fazê-la dormir começou a se tornar cansativo para mim, pois chegava e só conseguia organizar minhas coisas após fazê-la dormir. E às vezes demora, viu!?
Estava “ensaiando” iniciar esse processo de deixá-la sozinha, pois imaginava que seria difícil para mim. E foi! Mas de um jeito diferente do que eu imagina.
Imaginava que ela ficaria girando na cama, levantando, dizendo que não conseguia dormir, enrolação natural de quem não quer fazer algo e somente sossegaria quando o sono batesse forte o tambor!
Combinamos uma rotina: quando ela deitasse, escolheríamos um livro, leríamos, cobriria ela (proteção), daria um lindo beijo e um longo abraço e a deixaria no quarto. Para facilitar, deixaria a luz do banheiro acessa e ficaria circulando perto da porta do quarto dela.
Senti uma pequena tristeza nela. Ela me disse: “Papai, eu acho que consigo dormir sozinha, mas é que eu gosto de sentir você abraçado em mim”. Que aperto no coração!
– Eu sei filha, eu também gosto de dormir assim. Mas você já está uma mocinha e é bom você ter uma independência, eu falei.
Fizemos então o que estava combinado!
Minha surpresa: Ela virou um pouco para lá e para cá, mas logo dormiu. Eu, do lado de fora do quarto, fiquei inquieto, com o coração acelerado achando que estava jogando ela aos leões imaginários do escuro do quarto. Aliás, estou escrevendo este texto e ainda sinto as mesmas sensações! Eita porra!
No fim, deu tudo certo! Ela dormiu rápido e não “sofreu” com isso! Tive a certeza que ela foi mais “mocinha” nessa situação do que eu!
Texto do Minino Wellington